a proposta para abrigar o IAB/DF e o CAU/BR foi a de preservar suas independências e autonomias, enraizadas no chão que carrega uma densa história, com espaços comuns que propiciam o encontro dos arquitetos – a substância das relações profissionais e institucionais – que se dão em três momentos: a recepção, na praça das bandeiras; o acolhimento, no térreo superior; e a praça das reuniões, no térreo inferior.
o pedestre é recebido na praça das bandeiras e, através da passarela, é conduzido ao acolhimento com pérgolas, nível + 215, espaço de altura e luz natural que invade ambos edifícios e integra o céu de Brasília ao conjunto; ou se desenvolve pela escada à praça das reuniões, no térreo inferior, cota – 235, que coaduna o auditório do IAB e o plenário do CAU, e possibilitando ainda atravessar, por entre os edifícios, em direção ao lago Paranoá. os automóveis, motos e bicicletas entram pelo recuo lateral.
o IAB/DF, à esquerda a partir da via L2 Sul, ocupa uma faixa de 70m x 13.5m e tem seu programa organizado em três porções. o acesso é no centro do edifício, na praça do acolhimento, local da indissociabilidade entre os espaços interno e externo e entre as instituições, abrigando o restaurante, bar e loja, e as circulações verticais. na porção frontal, o setor cultural constituído pelo o auditório e foyer no térreo inferior, com pé direito de 3.90m, encimado pela sala multiuso, com pé direito duplo e luz natural rebatida, que por sua vez, tem integração visual da presidência, que ocupa o pavimento superior dessa prumada. no terço posterior do volume, a área coorporativa do instituto, distribuída em três pavimentos alinhados, o que possibilita sua ocupação por uma única empresa ou diversos inquilinos, assegurados o controle, acesso e circulação vertical independentes.
o edifício do CAU/BR recebe uma inflexão, como gesto de abertura que reforça o relacionamento da autarquia com a sociedade. suas funções foram distribuídas também em três partes. acessando o edifício, e se voltando ao terço anterior, apresenta-se o centro de documentação com a biblioteca Miguel Pereira em primeiro plano; abaixo, o conforto do usuário no subsolo e térreo; e acima, as gerências. no trecho posterior, o plenário, as comissões, as assessorias e presidência, conectadas por circulação vertical preferencial.
o conjunto é lírico e funcional e a praça do acolhimento faz referência à escala gregária, herança do mestre. alta, central e construída de luz, é o coração dos espaços, o local da cultura, do dia a dia dos escritórios, das empresas, cheio de vida e para o convívio. o encontro dos arquitetos. separadas e unidas, as funções dessas instituições se desenvolvem a partir desse lugar, que acolhe generosamente as discussões da boa prática arquitetônica.
equipe: Anibal Verri Junior, Tânia Nunes Galvão Verri, Paolo Ridolfi, Eduardo Verri Lopes, Vanessa Calazans, Sara Watanabe, Daniele Tezin, Érica Bernabé Takanashi, Victor Augusto Bratti e Vinícius Alves de Araujo